Imagina se tudo que a sua empresa precisasse criar fosse uma plataforma, servindo de meio de comunicação para que um punhado de usuários insiram conteúdos e criem valor para o seu negócio, constituindo um ecossistema de parceiros.
Ou que sua empresa possa se focar inteiramente em um serviço super especializado e com alto valor agregado. As funcionalidades de apoio e complementação (como serviços de pagamento, gerenciamento de dados e recursos, métricas de sucesso e outras) serão de responsabilidade de outras empresas.
É difícil imaginar esses cenários? É claro que não. O primeiro é basicamente como redes sociais e marketplaces funcionam, enquanto a segunda situação exemplifica negócios de todos os tipos, em todos os setores, através de integrações com fornecedores e parceiros.
E como ocorrem essas integrações? Bom, há inúmeras formas, que vão desde as mais arcaicas formas de transferências de arquivos até as modernas APIs RESTful. Já traçamos uma “linha do tempo” da evolução das integrações, que você pode conferir nesse post.
Portanto, um Ecossistemas Digital de Parceiros é parte de um modelo de negócios, que aplica os conhecimentos e serviços de um grupo de pessoas ou empresas a fim de oferecer valor para os clientes do modelo.
Os exemplos de Ecossistemas Digitais são diversos e com certeza estão presentes no seu cotidiano:
- Marketplaces (Amazon, Extra.com.br, etc), em que lojistas podem anunciar seus produtos e aproveitar o tráfego dos portais para adquirir novos clientes;
- Programas que permitem a criação de plugins e complementos (WordPress, Google Chrome, Salesforce, Photoshop, AutoCAD, etc), permitindo que novas funcionalidades sejam oferecidas para a base de usuários desses programas;
- Diversos tipos de SaaS (Uber, Netflix, Dropbox, Evernote), que implementam integrações para tornar seus próprios serviços mais completos e úteis aos usuários, podendo aproveitar funções criadas por outros times, sem a necessidade de ter que desenvolver mais funcionalidades.
Uma consequência interessante dos Ecossistemas de Parceiros é que surgem empresas que oferecem seus serviços somente através de APIs, que cobram pela quantidade de chamadas à API ou por licença (já falamos sobre monetização de APIs).Também há o fenômeno dos criadores de conteúdos nas redes sociais, que são aqueles que ajudam a popularizar e fidelizar usuários, como vemos na febre dos “Youtubers”.
Dessa forma, conseguimos listar algumas das vantagens de Ecossistemas Digitais de Parceiros:
- Possibilidade de oferecer mais valor para seus clientes;
- Expansão dos negócios da empresa e da rede de parceiros/usuários;
- Garantia de negócios mais flexíveis e sustentáveis;
- Garantia de foco nos produtos e serviços que sua empresa sabe fazer melhor;
- Atração de novos clientes, a partir de mercados além dos tradicionais;
- Possibilidade de dividir riscos com empresas parceiras de diversos ramos.
De acordo com pesquisa realizada pela Accenture com 561 executivos, 95% dizem que contam com a colaboração de parceiros ao longo dos próximos cinco anos, usando essa estratégia para apoiar inovação, pesquisa e desenvolvimento.
A pesquisa indica mais que isso: as empresas devem mudar suas mentalidades, criando valor compartilhado com os parceiros para não competir como empresas isoladas, mas sim como “clusters” – isto é, Ecossistemas.
Percebe que as empresas devem se transformar? Afinal, o modelo tradicional de negócios não é compatível com a realidade dos Ecossistemas (que costumamos chamar de Economia de APIs).
Ecossistema de Parceiros são as bases para uma Transformação Digital efetiva
Quer você goste ou não, o mercado se move rapidamente na direção da Transformação (ou Disrupção) Digital.
Talvez chamar de Disrupção seja o mais adequado, uma vez que essa nova realidade se trata realmente de uma mudança de paradigmas em relação ao modelo “antigo” de realizar negócios, inovar, atrair clientes e entregar valor.
Caso esteja por fora do que estou falando, sugiro que leia esse artigo, ou acompanhe a explicação a seguir.
No atual momento da economia mundial, podemos afirmar que todo negócio é digital. O que varia entre os negócios é a sua “pegada digital”, ou seja, o quanto determinado negócio usa/fornece serviços digitais.
Por exemplo, a Padaria do Seu Zé pode não ter nem página no Facebook e nem site, mas se não aceitarem pagamento com cartão, você provavelmente ficará indignado, pois não tem dinheiro em papel para comprar seu pãozinho
Para outras empresas, pode ser um absurdo não ter nem site e nem página nas redes sociais. Muitos restaurantes e estúdios de tatuagem fazem seu marketing inteiro via fotos no Instagram, por exemplo.
Já outras empresas oferecem serviços digitais, disponibilizando aplicações, dados e APIs, como é o caso de empresas SaaS.
É fácil perceber a gradação entre as empresas que usam menos tecnologia (como a Padaria do Seu Zé) e as que usam mais (como o Netflix).
E mesmo as empresas que usam menos tecnologia, a cada dia que passam, devem usar mais tecnologia.
De uma forma ou de outra, esse aspecto da economia mundial está “engolindo” quem não gosta de tecnologia. É por isso que se chama Disrupção Digital. Ao mesmo tempo que o Seu Zé reclama da maquininha de cartão de crédito, algum grupo de jovens está bolando uma startup de venda de pão, com app, via API e presença garantida onde quer que o cliente esteja.
Um exemplo claro dessa tendência é a atual “guerra” entre Uber e taxistas. E mesmo que o táxi ainda exista nas ruas e bata o pé contra o modelo do Uber, a única forma de manter os táxis competitivos é que eles também se reinventem.
Pense por 5 minutos e você perceberá vários outros modelos de negócios que foram transformados digitalmente. Alguns exemplos: locadoras de filmes, a indústria da música, comunicação pessoal, publicidade, finanças.
Os dois tipos de Ecossistemas que participam da Transformação Digital
Uma vez que isso ficou claro, a tendência seguinte é perceber que a dependência de serviços especializados de fornecedores também aumenta.
Por exemplo, Uber e Netflix inovaram em seus setores, mas você ainda paga ambos com o cartão de crédito. Ou seja, dentro dos aplicativos, foram usadas funções de pagamentos virtuais, implementadas pelos desenvolvedores de empresas de pagamentos, e não pelos desenvolvedores do Uber ou Netflix.
Assim, o mercado para esse tipo de fornecedor, que é ultra especializado e “acessível” via API, só aumenta. Hoje, é possível ter um negócio lucrativo através do fornecimento de serviços que antes eram somente um bloco ou parte dos serviços tradicionais.
Também há um outro tipo de parceria, normalmente designada pelo termo “Economia compartilhada”. É o caso de serviços como Youtube, Airbnb e o já citado Uber. Esses serviços criam apenas a plataforma, o meio onde pessoas oferecem os seus serviços ou criam conteúdo.
Nesse caso, as empresas tratam como parceiros tanto os fornecedores quanto seus usuários. Afinal, se os usuários não gostam da forma como a plataforma funciona, eles migrarão para outra.
É algo que acontece muito com as redes sociais: de tempos em tempos surge uma nova, que atende melhor as necessidades dos usuários. E aí, aquela rede que antes era muito popular (saudades Orkut) perde relevância, não porque ela mudou, mas sim porque sua base de usuários mudou; ninguém mais usa.
Isto é, os ativos da rede social são os usuários, eles são os parceiros.
Isso também tem especial relevância nos marketplaces, as lojas online em que lojistas terceirizados podem vender seus produtos, usando o sistema e o grande tráfego como trampolim.
A loja online que usou essa estratégia com mais sucesso foi a Amazon, mas também temos outros exemplos legais, como as lojas da Cnova (Extra, Casas Bahia etc.).
Como criar o seu Ecossistema Digital
Como já foi dito, há um denominador comum em todos esses serviços: as APIs. Elas são a cola que une diferentes serviços.
Lembra das funcionalidades ultra especializadas vindas dos fornecedores? Podem ser acessíveis com poucas linhas de código, chamando as APIs desses fornecedores.
Ou então nos lojistas que querem colocar seus produtos à venda nos marketplaces, podem fazer tudo de forma automatizada, bastando acessar as APIs do marketplace.
Como já falamos nesse artigo publicado lá no CIO.com, a Transformação Digital precisa de APIs. E APIs crescem organicamente, mas se você vai investir no seu negócio, é ideal que o primeiro passo seja feito com calma e planejamento.
Além da questão tecnológica, a decisão de criar e cultivar seu ecossistema depende muito de uma estruturação da cultura e dos processos que envolvem o seu negócio com os negócios dos parceiros.
Assim, você conseguirá estabelecer modelos operacionais colaborativos e abertos, tendo seus parceiros não apenas como fornecedores de dados, usuários ou linhas de código, mas como verdadeiros parceiros: um ajuda o outro, e ambos crescem juntos.
É claro, as bases precisam envolver transparência e vantagens claras para seus parceiros.
De forma resumida, para criar o seu Ecossistema, você precisa ter uma mentalidade voltada aos parceiros, definindo vantagens para que alguém se torne seu parceiro, e então criando as estruturas para que essa integração possa ocorrer (via APIs, por exemplo).
Esse artigo explora a criação do seu Ecossistema Digital de Parceiros com mais detalhe.
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Falando em parceria, a Sensedia pode ser de grande ajuda para você! Até agora, não mencionei nada sobre a atuação da Sensedia nesse mercado.
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