Digital Healthcare: a hora é essa!
A transformação digital na saúde chegou. Estamos vendo a expansão das healthtechs, apps de mHealth, dispositivos wearables para saúde, segurança com blockchain, projetos de telemedicina, discussões sobre interoperabilidade.
Grandes drivers tecnológicos (Cloud, Mobile, APIs, Big Data, AI, IoT) que revolucionaram diversos segmentos e impulsionaram Netflix, Uber, marketplaces, fintechs e bancos digitais — estão habilitando novos negócios em hospitais, operadoras de planos de saúde, laboratórios, clínicas, farmácias, indústrias farmacêuticas. Essas tecnologias estão cada vez mais presentes no cotidiano e incitam novos comportamentos nas pessoas, implicando em novas estratégias para as empresas de saúde.
Não dá mais para ficar imprimindo guias, resultados de exames, receitas, prontuários, boletos, notas fiscais. Pedir para pessoas doentes para correrem de um lugar a outro, pegando filas, formulários, recontando o histórico do seu problema do zero, inserindo dados em sistemas que não se conversam, obtendo apenas ações reativas ao invés de preventivas.
Nesse modelo baseado em papel, somado ao desperdício das tarefas manuais, há uma chance maior de erros e retrabalhos. Em se tratando de saúde, por lidar diretamente com vidas humanas, os erros podem trazer graves consequências tanto para pacientes quanto para prestadores de serviços.
Além disso, o aumento do número de idosos e a redução da força de trabalho nos próximos anos colocará mais pressão nos custos dos serviços de saúde, o que abrirá oportunidades para empresas que ofereçam soluções para atendimento dessa demanda.
Segundo o relatório da PwC, a transformação digital impõe mais do que mudanças nos processos, mas também mudanças nas estratégias, pois habilitará novos entrantes a morder grande parte das receitas do mercado tradicional de saúde americano, com disputas de ofertas centradas no usuário e com forte apelo de tecnologia, transparência, conveniência, prevenção e fidelização.
Esses desafios já são enfrentados em empresas dos setores financeiro, seguros, e-commerce, mídia. A transformação digital nessas indústrias promoveu não apenas ganhos de eficiência, integrações e inovações em segurança, mas também abriu caminhos para novos modelos de negócio, como a plataformização e iniciativas de open innovation.
Grande parte da infraestrutura necessária já está disponível a profissionais e pacientes, como a banda larga e smartphones. Segundo a PwC, o Brasil poderia economizar cerca de 14 bilhões de dólares com o uso de mobile health, quase 35% do orçamento para saúde em 2017.
Os benefícios da Digital Health não ficam restritos apenas aos usuários dos serviços, mas também os profissionais ficam menos sobrecarregados com as papeladas ou em busca informações, e também podem atuar à distância em casos específicos, reduzindo visitas desnecessárias nos locais de atendimento.
Conforme esse report da Deloitte, a utilização de soluções mobile nos serviços de saúde além de diminuir o trabalho burocrático, reduz idas aos pronto-socorros, diminui o tempo de internações e a utilização de materiais hospitalares.
As grandes tendências tecnológicas SMAC (Social, Mobile, Analytics, Cloud) já revolucionaram diversos segmentos – e com a saúde não será diferente. Todo negócio será digital. Como empresas de saúde (hospitais, laboratórios, operadoras de planos de saúde, etc) podem explorar as oportunidades e enfrentar os novos competidores?
Separamos algumas estratégias que podem direcionar sua transformação digital: Integração dos serviços Internos, Ecossistema de parceiros, Experiências Digitais, Plataformização e Inovação Aberta. Vamos a elas 😉
Estratégias Digitais para Hospitais, Laboratórios, Operadoras de Planos de Saúde
Integração interna dos serviços
A maioria das organizações de saúde tem um ambiente complexo de padrões (HL7 FHIR, OpenEHR, TISS / TUSS, etc) e sistemas de informação (ERP, CRM, EMR, Controle de Estoque, etc), que nem sempre apresentam uma acessibilidade adequada ou conversam entre si.
A intercomunicação através de uma plataforma de gerenciamento de APIs e uma arquitetura baseada em microserviços, proporciona o desacoplamento de tarefas e possibilita que os sistemas funcionem de forma coordenada, sendo consumidos como serviços.
Por meio das APIs, compartilham dados e disparam ações, evitando a duplicação de funcionalidades e trazendo vantagens como mais integração, eficiência, agilidade, flexibilidade, governança, segurança e escalabilidade.
Softwares de análise preditiva também podem ser empregados, para avaliar o histórico dos dados e enviar avisos sobre a possibilidade de haver sobrecargas em processos, tornando a gestão mais preventiva e menos reativa.
Já a utilização dos dispositivos móveis facilita a entrada e consulta de dados, disponibilizando a informação aos profissionais e pacientes no momento em que necessitam, viabilizando até mesmo atendimentos remotos, de acordo com práticas modernas de segurança.
Exemplos:
- Hospital Unimed Recife III é o primeiro hospital digital da América Latina
- Hapvida investe R$ 22 milhões para atualização de TI – Forum Saúde Digital
Ecossistema de Parceiros e Plataformização
Já ouviu falar em Uberização da Saúde? Através de uma plataforma de gerenciamento de APIs podemos ver empresas se posicionando como plataformas entre pacientes e clínicas, planos de saúde, laboratórios, farmácias, profissionais.
Uma arquitetura de microservices e a exposição por meio de APIs REST ou GraphQL permitem a integração segura e escalável com parceiros, promovendo o que chamamos de Ecossistemas Digitais. Essa integração com parceiros possibilita a operação combinada entre hospitais, operadoras de planos de saúde, laboratórios, profissionais, unidades de emergência – compartilhando informações, oferecendo um serviço de saúde completo e estimulando a fidelização do usuário.
Exemplos interessantes de ecossistemas de parceiros são as redes de interoperabilidade, como a The Sequoia Project – Carequality e a CommonWell Health Alliance.
Exemplo:
Experiências Digitais e Omnichannel
A partir de aplicativos para dispositivos móveis, pode-se melhorar as experiências dos usuários e facilitar agendamentos, ver exames, encomendar remédios, acessar seu histórico e insights sobre sua saúde, obter atendimento remoto, receber alertas preventivos e pontos a partir de ações (gamificação, programa de fidelidade), acionar emergências, efetuar pagamentos.
Também é possível utilizar a importação de dados coletados por sensores e wearables para ajudar em diagnósticos e tratamentos. Um impulsionador dessas aplicações será o Plano Nacional de IoT para saúde, que será lançado em Outubro/2017.
Imagine como essa conveniência facilita a vida dos usuários! Sem filas, deslocamentos desnecessários, perder históricos, preencher fichas, refazer exames. É fundamental que haja consistência no atendimento em canais físicos e digitais, o que chamamos de estratégia omnichannel, que vem sendo implementada nos setores de varejo e bancário e pode ser aplicada nos serviços de saúde.
Exemplos:
- Rede de Farmácias Panvel integra lojas e vendas online
- SulAmérica aposta em APIs para oferecer serviços personalizados
Inovação Aberta, Hackathons, API-as-a-Product
Uma Plataforma de Gerenciamento de APIs completa provê um módulo de dev portal com documentação e ambiente de teste sandbox, favorecendo aos usuários a desenvolverem suas próprias idéias de aplicativos e novos negócios, por meio de serviços fornecidos pelas suas APIs, o que torna viável a realização de iniciativas de Inovação Aberta e Hackathons.
Além disso, a digitalização de dados de saúde de milhares de pacientes provê a base para análises agregadas (ou seja, não individuais, mantendo o acesso aos dados dos indíviduos restringidos apenas a profissionais e seus pacientes). Esses dados podem gerar insights úteis, serem comercializados como datasets (data products) ou como acessos via APIs (API-as-a-Product).
Exemplo:
APIs são essenciais para a Transformação Digital da Saúde
As APIs são como conectores que, de forma padronizada e aplicando mecanismos de segurança, possibilitam fazer a integração ágil e escalável entre softwares legados, bancos de dados, aplicativos.
Através de uma plataforma de APIs é possível combinar funcionalidades de diferentes sistemas e disponibilizá-las como serviços, controlando permissões de acesso, gerenciando a alocação dos recursos, colhendo métricas e disparando ações coordenadas.
A transformação digital na saúde exige que sistemas legados no backend sejam compatíveis com as novas tecnologias e dispositivos, e as APIs são fundamentais nesse processo.
Além da integração e orquestração dos serviços de TI, as APIs favorecem monetizar dados, criar novas parcerias, melhorar a experiência dos usuários, gerar insights de negócio e fomentar inovações.
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No próximo post da série Transformação Digital na Saúde, falaremos sobre como CIOs e gerentes de TI podem destravar a Interoperabilidade na Saúde e sobre a expansão das Healthtechs.
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Referências sobre Transformação Digital na Saúde:
- HBR – The Untapped Potential of Health Care APIs
- PwC – Healthcare’s new entrants: Who will be the industry’s Amazon.com?
- PwC – Socio-economic impact of mHealth An assessment report for Brazil and Mexico
- McKinsey & Company – What it really takes to capture the value of APIs
- Gartner – An Overview of Healthcare Interoperability and Key Considerations for Upcoming Challenges
- KPMG – Digital health: heaven or hell?
- Deloitte – Connected Health: How digital technology is transforming health and social care
- How APIs Are Streamlining Healthcare | Nordic APIs
- Health APIs and Mashups | ProgrammableWeb
- Healthcare APIs and Mashups | ProgrammableWeb
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